Definições:
· Fertilidade: capacidade de produzir descendentes;
· Esterilidade: incapacidade absoluta de gerar um descendente;
· Infertilidade: o dicionário define esta palavra como sendo sinônimo de esterilidade, entretanto, é freqüentemente usado para denotar uma redução na capacidade de produzir descendentes abaixo do normal para aquela espécie;
· Subfertilidade: incapacidade de produzir descendentes abaixo da média; algumas vezes é usado sinônimo de infertilidade.
Expectativa de Fertilidade
Aproximadamente 80% das fêmeas cobertas produzem filhotes. O tamanho da ninhada varia imensamente nas diferentes raças. Machos e fêmeas geralmente não são explorados para produção máxima, de forma que o número total de filhotes não pode ser definido. Nos canis de reprodução a taxa de produção geralmente está relacionada à demanda, que pode ser influenciada pelo período do ano e outros fatores. Para o cirurgião veterinário a definição mais precoce de um problema de fertilidade é quando o proprietário do macho, fêmea ou canil fica desapontado com os resultados; freqüentemente o proprietário elimina algumas das possíveis causas de forma que as questões relativas à história de cruzamentos anteriores devem ser abordadas com cuidado. Geralmente o veterinário é procurado após um macho ter coberto três fêmeas ou urna fêmea que tenha cruzado em dois cios, sem sucesso.
A fêmea Infértil
ESTRO INFREQUENTE
· Puberdade retardada;
· Intervalo interestral longo;
· Falha de observação do proprietário;
DIFICULDADES DE CRUZAMENTO
· Macho inexperiente;
· Fêmea inexperiente;
· Problema psicológico no macho;
· Problema psicológico na fêmea;
· Fêmea em período inadequado;
· Estenose vulvar;
· Constrição vestibular;
· Constrição vaginal;
· Incompatibilidade de tamanho - raramente é um problema sério embora a falha de cobertura por outras razões possa ser atribuída por diferença de tamanho;
· Falha no engate;
· Hiperplasia e prolapso vaginal;
· Tumores vaginais.
FALHAS NA CONCEPÇÃO APÓS UMA COBERTURA NORMAL
· Cruzamento em período incorreto;
· Cruzamento com macho estéril;
· Aplasia uterina;
· Lesões tubárias.
FALHA NA GESTAÇÃO
· Reabsorção;
· Aborto.
Tratamento da Infertilidade da Fêmea
PUBERDADE ATRASADA E PROLONGADO INTERESTRO
Considerar uma indução estral, se não for bem sucedido, considerar uma laparotomia exploratória para verificar a presença dos ovários
INCAPACIDADE DE COBERTURA
Verificar se a fêmea está no período correto de estro, eliminar as obstruções físicas como causa, tranqüilizar a fêmea, efetuar a tentativa com um cão diferente e inseminação artificial.
FALHA NA CONCEPÇÃO APÓS UMA COBERTURA NORMAL
Escolher um macho fértil e assegurar que a cobertura ocorra no período correto do próximo estro através da:
· Citologia vaginal;
· Determinação da concentração plasmática de progesterona; uma elevação na progesterona indica que os folículos estão luteinizando e que a cobertura deverá ocorrer em 2 - 4 dias;
· Vaginoscopia tem sido utilizada.
Assegure que a colonização bacteriana do útero não ocorra, administrando um antibiótico de largo espectro após a cobertura num curso de 6 dias; não tem sido constatado que este problema ocorra. Laparotomia exploratória para certificar-se da presença de um útero normal. Uma vez que o período de estro e o período ovulatório durante o estro podem ser um tanto variáveis nas fêmeas normais, poucas decisões podem ser tomadas frente à prévia história reprodutiva
O Macho Infértil
FALHA NA CÓPULA
· Inexperiência;
· Fêmea que não coopera;
· Razões psicológicas;
· Razões físicas.
FALHA NA CONCEPÇÃO APÓS COBERTURAS NORMAIS
· Falha para ejacular - nunca foi descrito;
· Atrofia testicular devido ao uso de esteróides;
· Parada espermatogênica;
· Aplasia testicular (congênita);
· Degeneração Testicular;
· Qualidade de sêmen inferior;
· Cruzamento com fêmeas inférteis.
Tratamento da Infertilidade no Macho
FALHA NA CÓPULA
· Eliminar as razões físicas óbvias;
· Tentar agentes antiinflamatórios não esteróides;
· Deixar o macho cruzar com uma fêmea experiente;
· Tentar uma fêmea diferente;
· Minerais, vitaminas e medicamentos homeopáticos não tem mostrado serem efetivos, porém não causam nenhum dano;
· Não dar andrógenos ou gonadotrofina, pois eles não são efetivos e podem ser prejudiciais à espermatogênese;
· Reposição tireoidiana pode ser tentada.
FALHA NA CONCEPÇÃO
· Cruzar com uma fêmea sabidamente fértil;
· Efetuar uma avaliação do sêmen;
Não há tratamento para azospermia, frente à administração de esteróides anabólicos, um sêmen normal deverá ser produzido em 60 dias;
Se o sêmen for de baixa qualidade, permitir que o macho cruze duas vezes ao dia o quanto a fêmea tolerar; se houver história recente de doença, um descanso de 2 meses deve ajudar.
· O uso excessivo raramente é uma causa de infertilidade nos machos; a maioria produz espermatozóides suficientes para dois ejaculados por dia;
· Não utilizar andrógenos ou gonadotrofinas, pois eles não são efetivos e podem ser prejudiciais à espermatogênese;
· Desconhece-se o fato da vacina contra parvovirose ser causadora de infertilidade nos cães;
· A terapia de reposição tireoidiana pode ser tentada.
Infertilidade nos Canis
O PROBLEMA
Geralmente mais de um macho está envolvido. Os machos procedentes de outros canis (nos quais desconhe-se a condição de fertilidade) podem estar envolvidos. O número de filhotes produzidos esta significamente reduzido. O intervalo esperado entre períodos estrais sucessivos pode estar prolongado
O proestro pode iniciar-se normalmente, porém não completa sua progressão, o corrimento cessa e regride o edema vulvar. Quando as coberturas ocorrem, a taxa de concepção é menor do que a préviamente esperada. Pode haver um aumento na produção de natimortos a termo. Pode haver um aumento na taxa de mortalidade dos filhotes durante há primeira semana. O problema pode ocorrer gradualmente ou repentinamente nos canis já estabelecidos com fertilidade prévia satisfatória.
CAUSAS POSSÍVEIS
Não há uma causa estabelecida e na maioria dos casos há uma combinação de etiologias. O desaparecimento do estro pode estar associado com uma inflamação vaginal e possivelmente com crescimento microbiano, a ligação é sútil e difícil de explicar. Abortamento, nascimento prematuro e óbito de filhotes estão freqüentemente associados com infecção, as a etiologia geralmente não consegue ser esclarecida apesar das investigações intensas. A infertilidade num canil já bem estabelecido é atribuída ao fato do cão estar doente; em muitos casos a higiene e manejo estão dentro dos padrões desejados
TRATAMENTOS POSSÍVEIS
Eliminar o macho como causa através de uma análise de sêmen. A indução do estro pode ser considerada quando o intervalo interestral estiver prolongado; este recurso pode não ser bem sucedido. Para os estros interrompidos, a administração de antibióticos de largo espectro no início do pró-estro pode resultar na progressão para um estro normal. Após a cobertura, antibióticos de largo espectro podem ser administrados por 6 a 7 dias. O trimetoprim e eritromicina atingem concentrações nas secreções vaginais.
Quando ocorrem abortos freqüentes, antibióticos podem ser administrados nos períodos considerados de alto risco. Quando da ocorrência de nascimentos prematuros de filhotes, antibióticos de largo espectro dados antes da data de parição esperada podem reduzir a taxa mortalidade. Vacinas podem ser preparadas combinando-se antígenos a partir de bactérias isoladas da vagina, reto e faringe de cães nos canis, este método é empírico, mas em algumas ocasiões parece funcionar. Os cães inoculados algumas vezes apresentam reações locais ou sistêmicas. A alteração de premissas pode em algumas ocasiões ser a única forma de restaurar a fertilidade num canil, mas é um último recurso e pode ser dispendioso.
Referência: ALLEN, W. Eduward. Fertilidade e obstetrícia no cão. São Paulo/SP: Livraria Varela, 1995.
http://www.hospvetporto.pt/servicos/areas_detalhe/79.html
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502001000400007
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