10 de abr. de 2009

FISIOLOGIA do CICLO ESTRAL

Terminologia
A terminologia é confusão nas fêmeas devido a erros históricos. Alguns termos são mais aceitáveis devido ao uso tradicional do que pela sua exatidão científica.
Pré-Puberdade
Período compreendido entre o nascimento e início do primeiro pró-estro. Pode terminar de 6 a 24 meses ou mais.
Pró-Estro
Dura em média 9 dias mas é muito variável. Os sinais iniciais são edema dos lábios vulvares e surgimento de um corrimento vaginal sero-sanguinolento da vulva. A quantidade de corrimento varia imensamente e não tem significado clínico. Em algumas fêmeas não se observa o corrimento vaginal devido à remoção através da lambedura. A micção torna-se mais freqüente (pequenas quantidades) para a disseminação dos ferormônios produzidos pela mucosa vestibular.
As fêmeas são atrativas aos machos, mas geralmente não permitem a cobertura. A ovulação pode ocorrer no final deste período.
Estro
Dura em média 9 dias mas é variável. Tem início quando a fêmea aceita prontamente a cobertura. Termina quando a fêmea passa a recusar o coito. O corrimento vulvar torna-se menos copioso e menos hemorrágico, mas não é uma característica constante, isto é, algumas cadelas apresentam corrimento escasso durante o pró-estro e estro, outras apresentam corrimento sanguinolento copioso que persiste após o término do estro.
A ovulação geralmente ocorre no início do estro; entretanto, devido às respostas comportamentais não serem consistentes nas fêmeas e o temo que os folículos levam para se desenvolver ser muito variável, pode ocorrer o seguinte: a ovulação pode ocorrer durante o período normal do pró-estro (até 7 dias após o seu início), a ovulação pode ocorrer tardiamente como 23 dias após o início do pró-estro e a fêmea ainda é receptiva neste período, o tempo de ovulação pode não ser constante durante ciclos sucessivos na mesma fêmea.
A ovulação geralmente ocorre por um período de 72 horas. A maioria das ovulações ocorrem 48 a 72 horas após o pico plasmático de hormônio luteinizante. As fêmeas que são cruzadas com mais de um macho podem ter filhotes mistos porque o espermatozóide pode viver por até 7 dias na fêmea e os óvulos não estão prontos para a fertilização até 3 dias após a ovulação. Nos casos de disputa de paternidade, o imprint genético é quase 100% exato.
Metaestro (diestro)
A palavra metaestro é tradicionalmente usada para descrever a maioria da fase lútea da fêmea; há pouca razão lógica para isto, e a palavra diestro é mais correta. Tem início quando a cadela recusa o coito. Termina em aproximadamente 60 dias, quando a concentração de progesterona circulante torna-se mínima; não há sinal clínico que indica o final do metaestro.
A vulva torna-se gradualmente menos edemaciada e o corrimento hemorrágico geralmente cessa. Pode surgir um corrimento vulvar mucóide, como na gestação. A pseudogestação freqüentemente ocorre durante o metaestro tardio.
Anestro
Compreende o período de inatividade ovariana entre o final do metaestro ou prenhez e início do próximo pró-estro. O comprimento é muito variável, isto é, de 1 mês a 2 anos, mas usualmente é de 4 meses.
A duração pode ser influenciada por:
· Época do ano: algumas fêmeas conservam um período de pró-estro/estro por ano, por exemplo o basenji; nas outras raças as fêmeas podem entrar no pró-estro/estro na primavera;
· Ferormônios: as fêmeas que convivem no mesmo ambiente, freqüentemente exibem o pró-estro e estro no mesmo período; especula-se o fato do odor de uma fêmea no estro ser capaz de estimular as demais;
· Fatores desconhecidos: o sinal responsável pelo crescimento folicular, na maioria das fêmeas, é ainda um mistério;
· O advento do pró-estro pode ser previsto em algumas fêmeas pelas alterações do pelame.
Referência: ALLEN, W. Eduward. Fertilidade e obstetrícia no cão. São Paulo/SP: Livraria Varela, 1995.

Nenhum comentário:

Postar um comentário