10 de abr. de 2009

LINKS RELACIONADOS AO ASSUNTO

http://www.ufrgs.br/actavet/35-suple-2/20-ANCLIVEPA.pdf
http://www.homeopatiaonline.com/leomello/problemas_reprodutivos.htm
http://www6.ufrgs.br/bioquimica/posgrad/endocrino/hormonioterapia_peq.pdf
http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet/article/viewFile/4941/4154
http://www.fmv.utl.pt/spcv/PDF/pdf3_2005/100_5_16.pdf

DOENÇAS REPRODUTIVAS CONGÊNITAS

Definições
São mais comuns em cães de raças puras. Defeitos causados por genes recessivos aparecem apenas em descendências que são homozigóticas para genes mutantes. Como a descendência defeituosa e incapaz de reproduzir-se, as defeitos muitas vezes são omitidos numa geração. Defeitos causados por genes dominantes não omitem gerações. Animais com o defeito podem produzir não só animais normais como defeituosos.
Dominância incompleta ocorre quando dois animais gravemente afetados se cruzam e 25% de sua descendência são normais, 50% são ligeiramente defeituosos e 25% são gravemente defeituosos.
Superdominância ocorre quando dois animais superiores se cruzam e 25% de sua descendência são normais, 50% são superiores e 25% são defeituosos. Animais aneoplóides têm um número normal de cromossomos. Trissomia é um aumento no número normal de cromossomos, monozomia é uma diminuição do número normal de cromossomos.
O diagnóstico de doenças reprodutivas congênitas é geralmente baseado no exame físico, na laparotomia exploratória, na biópsia e possivelmente na cariotipagem.
Doenças Específicas
Síndrome XXY (Síndrome de Klinefelter) é uma trissomia XXY que resulta em esterilidade e hipoplasia dos testículos e órgãos sexuais tubulares e acessórios. Na Síndrome XO (Síndrome de Turner) os animais parecem ser fêmeas, mas são curtos e tem uma genitália infantil. A doença pode ser suspeitada numa “fêmea” que não tenha evidenciado estro aos 24 meses de idade. Na Trissomia XXX os animais afetados serão geralmente inférteis e mostram ciclos estrais anormais.
Hermafroditas verdadeiros tem tanto tecido ovariano como testicular como ovotestes ou um de cada. A maioria tem um par de cromossomos XX, mas ocasionalmente pode haver outras combinações (ex: XX/XY, XX/XXY). Animais com cromossomos XX/XY têm normalmente um tecido semelhante ao do testículo.
Doenças Sexo-gonadais
Inversão sexual XX denota um indivíduo com par de cromossomos XX e tecido testicular. Síndrome do macho XX denota um indivíduo com um par de cromossomos XX e um útero completo, mas apresenta testículos bilaterais que não desceram.
Doenças do Sexo Fenotípico
Com as doenças do sexo fenotípico, os cromossomos e as gônadas combinam, mas a genitália é ambígua. Insuficiência gônadal prematura deve ser considerada se o estro não é observado aos 24 meses de idade.
Pseudo-hermafroditas femininas têm cromossomos XX e ovários, mas a genitália interna e externa são masculinizadas (ex: hipertrofia clitoriana). A condição pode resultar de andrógenos endógenos ou administração de progesterona durante a gestação ou administração crônica de andrógenos. O animal afetado pode atrair machos ou desenvolver hiperplasia endometrial cíclica, piometra ou acúmulo de urina na vagina. O tratamento recomendado é a ovariohisterectomia.
Pseudo-hermafroditas masculinos têm cromossomos XY e testículos, mas a genitália é feminina. Hipospadias é caracterizada normalmente por um orifício urinário ventral e proximal ao local normal nos animais machos. Pode ser necessária uma cirurgia para reposicionar o orifício uretral. Os animais afetados são muitas vezes criptorquidas e podem ter hipoplasia peniana simultânea.
Criptorquidismo é a falha em descer o testículo, e uma das doenças mais comuns do sexo fenotípico. Pensa-se que e uma doença ligada ao sexo autossômica recessiva e é mais comum em Boxers, Bulldogs ingleses, nos Chihuahwas, Dachshunds miniaturas, Malteses, Pequinês e Pomeranians, Poodles miniatura e Toy, Schnauzers miniatura e Pastores de Shetland.
Suspeita-se de criptorquidismo se os testículos não estão presentes no escroto por volta das oito semanas de idade. O diagnóstico é confirmado quando os testículos ainda não desceram por volta dos 4 ou 6 meses de idade. O tratamento normalmente compreende a castração. O tratamento hormonal para tentar induzir a descida do testículo e controverso.
Animais com testículos que não descem tem maior risco de desenvolver tumores de células de Sertoli.
Referência: SHAW, Darcy H; IHLE, Sherri L. Medicina interna de pequenos animais. Porto Alegre: Artmed, 1999.

ABORTAMENTO NÃO INFECCIOSO ESPONTÂNEO

Por serem monoéstricas, o parto é seguido por um período de anestro, não sendo possível prever o estabelecimento do próximo cio, porém o útero retorna ao tamanho pré-gravídico dentro de 4 semanas. O lóquio inicial e esverdeado, tornando-se mucóide e avermelhado em cerca de 12 horas pós-parto. A descamação da camada epitelial do endométrio se inicia 6 semanas pós-parto e se completa em 7 a 12 semanas, ocorrendo a completa regeneração. Espera-se a eliminação dos envoltórios fetais após o nascimento de cada filhote e, mais raramente, após a expulsão de alguns ou de todos os produtos.
A retenção de placenta não e comum, ocorrência em eventuais distocias ou parto demorado, podendo ser uma condição temporária quando o feto bloqueia a canal do parto. Se a placenta permanecer retida por 12 a 24 horas, ocorre metrite aguda e o tratamento clínico ou histerectomia devem ser realizados pelo risco de ocorrer a necrose da parede uterina em 4 a 5 dias, particularmente nas regiões de implantação. Os envoltórios podem ser tracionados suavemente e, nas raças pequenas, é possível massagear o útero para tentar expulsar a placenta via cérvix. Tratamento com ocitocina e gluconato de cálcio a 10% podem ser instituídos, bem como a cobertura antibiótica preventiva e tratamento de suporte que se fizer necessária.
Na vigência da metrite séptica, febre, corrimento vaginal fétido, sinais de toxemia, pulso rápido e desidratação, deve ser considerado o tratarnento cirúrgico.
Referência: PRESTES, Nereu Carlos; LANDIM-ALVARENGA, Fernanda da Cruz. Obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 2006.